Dia 12 de outubro, na Parada Gay em Copacabana o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral e Carlos Minc mostraram-se favoráveis ao PLC 122/2006
por PAULO TEIXEIRA
Enquanto muitos pastores e irmãos dormem e minimizam os efeitos do Projeto de Lei que pode trazer risco à liberdade de culto no Brasil (PLC 122/2006 - clique a saiba mais), os ativistas homossexuais estão em plena batalha a favor deste projeto do inferno e ainda recebem o apoio, mais uma vez, do governador Sérgio Cabral, do Rio de Janeiro, e do Ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc.
Clique aqui e veja também o vídeo no Youtube que esclarece sobre este Projeto de Lei que pode colocar o Brasil na lista dos países onde determinados trechos da Bíblia poderá ser proibido.
Mais de um milhão pelo orgulho gay
Projeto de lei contra a discriminação foi o principal tema da parada de Copa este ano
Rio - Mais de 1,2 milhão de pessoas lotaram a Praia de Copacabana ontem para celebrar a diversidade sexual na 13ª Parada do Orgulho Gay, segundo os organizadores. O ponto alto da manifestação foi o abaixo-assinado virtual para aprovação do projeto 122/06, que torna crime a discriminação por orientação sexual e identidade de gênero e equipara essa situação à discriminação de raça, cor, etnia, religião, nacionalidade, sexo e gênero, ficando o autor sujeito a pena, reclusão e multa.
O projeto recebeu a adesão do governador Sérgio Cabral e do ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, que compareceram ao evento. “Até março, esperamos ter mais de um milhão de assinaturas”, explicou Cláudio Nascimento, superintendente estadual de Direitos Individuais e coordenador do Grupo Arco-Íris. Dos 20 trios elétricos que passaram pela orla, quatro tinham computadores conectados à Internet para o que público registrasse apoio ao projeto no site www.naohomofobia.com.br. Até a noite, mais de 8 mil pessoas já tinham entrado no site.
Segundo estimativa da Polícia Militar, havia cerca de 700 mil pessoas na parada. Até o início da tarde, não havia registro de problemas graves no tráfego. A pista interna da Avenida Atlântica permaneceu aberta no sentido Leme e, apesar de alguns pedestres, o fluxo de carros não foi afetado. Somente depois das 18h a Avenida Nossa Senhora de Copacabana ficou congestionada. O tumulto temido pela Prefeitura do Rio com a realização de três eventos no mesmo local — a orla foi palco também ontem de procissão em homenagem à Nossa Senhora Aparecida e a Meia Maratona do Rio — acabou não ocorrendo.
O presidente da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros, Toni Reis, esteve na parada com o ‘marido’, o inglês David Harrad. O casal foi o primeiro a conseguir um visto de união familiar no Brasil, em 2003. Toni ressaltou que é preciso combater o preconceito para que as pessoas tenham liberdade de assumir a orientação sexual e convivam melhor: “Quem está bem resolvido é mais feliz”.
APOIO HETEROSSEXUAL E INTERNACIONAL
A parada ganhou a adesão de heterossexuais, como a ex-BBB Thalita Lippi. “É bom fazer festa divertida, ainda mais com uma causa nobre”, elogiou ela. O casal de dinamarquesas Marie Andersen, 22 anos, e Else Westermann, 24, conferiu a festa. “Não achamos as pessoas preconceituosas no Brasil”, disse Else. Os namorados Vinicius Abreu, 18, e Victor de Wolf, 26, se mostravam esperançosos quanto à criminalização da homofobia. “É bom que o preconceito pare”, defende Victor.
GABEIRA E PAES DÃO APOIO
O candidato do PV à Prefeitura do Rio, Fernando Gabeira, se reuniu com lideranças de movimentos homossexuais e organizadores da Parada Gay, no Hotel Debret, em Copacabana, para assinar um compromisso de combate à homofobia. O candidato do PMDB, Eduardo Paes, não compareceu, mas enviou seu vice, Carlos Alberto Muniz. “A Prefeitura do Rio tem uma política destinada à luta contra o preconceito bem avançada. Há dois anos, o município assumiu o compromisso de aceitar a união civil de pessoas do mesmo sexo para efeitos legais, depois que uma servidora morreu e sua companheira conseguiu pensão”, lembrou Gabeira.
Cabral também falou da importância da luta pelos direitos dos homossexuais. “A opção é de cada um e ninguém tem nada a ver com isso. O Estado tem que garantir direitos iguais. Se ele (o homossexual) paga o mesmo imposto que eu pago, ele deve ter seu direito reconhecido”, afirmou Cabral. Ele citou também lei sancionada no ano passado que dá direito a pensão para parceiros do mesmo sexo a servidores e já atendeu mais de 200 pessoas. A parada mobilizou 560 policiais militares e 80 guardas municipais.
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